Também conhecida como araraúna é o ma ior de psitacídeo do mundo, medindo 93 cm de comprimento, penas centrais da cauda com 55 cm, 1,5 kg de peso. A plumagem é predominatemente azul cobalto, mais escura nas asas, o bico é cinza escuro, muito grande, aparentando ser maior que o próprio crânio, sem dentes na maxila, porém com pronunciado entalhe na mandíbula, com mandíbula e pele do contorno dos olhos amarelos. A língua é negra com uma tarja amarela longitudinal. Não há distinção entre machos e fêmeas. Os machos normalmente são mais robustos, principalmente no bico, com a cabeça mais quadrada. A cauda também é maior. Podem atingir de 30 a 40 anos de idade.
Habitat
Buritizais, pantanal, matas ciliares e cerrados adjacentes.
Ocorrência
No Brasil nos estados do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Sul do Piauí e do Maranhão e no Pará.
Hábitos
Espécie é monógama, permanecendo unidos por toda a vida. São animais muito sedentários e gregários, cuja população está relacionada a existência de árvores para nidificação e aos cocos de poucas espécies de palmáceas. A falta de um destes fatores impede a sobrevivência da ave. Na natureza, observam-se as araraúnas em famílias, pares ou bandos de até 63 indivíduos (no Pantanal, até julho de cada ano). No Pantanal, é comum observar araraúnas próximas às sedes de fazendas; isto ocorre porque as sedes são construídas nas partes mais elevadas e onde se localizam os acuris e as bocaiúvas (palmáceas). Têm o vôo pesado, no entanto são capazes de descrever curvas fechadas.
Sementes e frutos.
Atingem a maturidade aos 3 anos. Época reprodutiva vai de novembro a janeiro.
Fazem ninhos em árvores e nos buritis. P ostura de 01 a 3 ovos e i ncubação dura de 27 a 29 dias. Os ovos são redondos. Os filhotes nascem medindo 10 a 12 cm e pesando 20 a 27 gramas. Ganham peso e crescem rapidamente. Os filhotes abandonam o ninho com 15 semanas de idade. Produzindo em média dois filhotes a cada dois anos, mas com a sobrevivência de apenas um filhote na maioria dos casais, a arara-azul também tem baixa taxa reprodutiva. Além disso, 20 a 40% dos ovos são predados a cada: ano e 10 a 15% dos filhotes que nascem, são predados ou morrem antes de completar cinco dias de vida. As árvores para a nidificação, no Pantanal, é a ximbuca (Enterolobium cortisiliquun), o angico-branco (Albizia niopoides) e, principalmente, o manduvi (Sterculia striata). São árvores de grande DAP (diâmetro na altura do peito) e por isso possuem ocos compatíveis com os ninhos ideais para a araraúna. Esta ave nunca inicia um oco, porém pode aumentá-lo. O preparo do ninho, a postura e o cuidado com os filhotes são ações que demonstram a cooperação do casal.
As araraúnas são fiéis a seus pares e na perda do macho ou da fêmea, seu par fica sozinho, não se compondo novamente com outro indivíduo. Os ninhos são disputados com outras espécies de aves como: arara-vermelha (Ara chloroptera), gavião-relógio (Micrastur semitorquatus), urubu (Coragyps atratus) e pato-do-mato (Cairina moschata) e, mais raramente, por marreca-cabocla (Dendrocygma autumanalis) , Falco refigulares e tucano (Ramphastos toco). Outros animais como porco-espinho (Coendou prehensilis) e abelhas (Melis apiphera) também podem ocupar os ninhos da araraúna.
Predadores naturais
Os prováveis predadores de seus ovos são: gralha (Cyanocorax sp.), tucano (Ramphastos toco), carcará (Poliborus plancus), quati (Nasua nasua), irara (Eira barbara) e gambá (Didelphis albiventris). Os prováveis predadores de filhotes são: gavião-relógio (Micrastur semitorquatus), gavião-pernilongo (Geranospiza caerulesncens), gavião-preto (Buteogallus urubutinga) e irara.
Ameaças
Ameaçada de extinção. Hoje a população é diminuta por causa da destruição dos habitats (desmatamentos e queimadas), do tráfico e do baixo sucesso reprodutivo. O pisoteio do gado dificulta o crescimento e a manutenção da população da bocaiúva, o que dificulta a oferta de alimentos para a araraúna. O manejo da pastagem para o gado é feito através de queimadas, as quais se alastram e queimam as cordilheiras e capões, onde existem o alimento e os ninhos das araraúnas. A caça que foi intensa até a década de 80 e hoje ainda é uma ameaça para as populações Norte e Nordeste do Brasil, juntamente com a coleta de penas para cocares e colares nas áreas indígenas.
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