Nomes Comuns: Jacaré-paguá, Cachirré, Cuviers dwarf caiman, Coroa, Musky caiman.
Características
É a menor de todas as espécies de crocodilianos. Os machos atingem no máximo 1,6 m, e as fêmeas, 1,2 m. A pele é uma armadura ossificada tanto no dorso como ventre que lhes traz duas grandes vantagens: Uma super proteção para seu corpo (já que leva desvantagem no tamanho) e a desvalorização do valor comercial de sua pele, impedindo que a espécie sofra pressão de caça. Possui uma das mais extraordinárias formas de cabeça entre os crocodilianos, sendo curta, muito lisa e côncava (crânio alto e nariz arrebitado), com uma pronunciada sobreposição da mandíbula pela maxila. Apresenta uma coroa de cristas protuberantes no final da cabeça, daí seu nome vulgar jacaré-coroa. A coloração geral é marrom-chocolate. A íris é castanho-escuro. Os filhotes nãopossuem a coroa de cristas; a cabeça é lisa e de cor marrom-clara. O corpo possui faixas escuras em um fundo amarelado e o ventre esbranquiçado. O número total de dentes varia de 78 até 82 assim distribuídos: 8 pré-maxilares, 28-30 maxilares e 42-44 mandibulares.
Status
Esta espécie não se encontra ameaçada de extinção biológica no futuro próximo, mas tem sido afetada a nível local por destruição de habitat, poluição e/ou caça. Muitas florestas de galeria têm sido destruídas nos cerrados do Brasil Central e isto deve ter afetado populações de P. palpebrosus. Entretanto, pouco se conhece sobre esta espécie, impossibilitando avaliar tal impacto. A espécie consta do Apêndice II da CITES (Convenção Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção), o que permite a comercialização de seus subprodutos aos níveis nacional e internacional. Lista Vermelha da IUCN: Baixo risco de extinção, menos preocupação. A população estimada no mundo é de mais de 1.000.000 de indivíduos
Distribuição Geográfica
América do Sul - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, tem sua distribuição ao longo dos rios Amazonas, Orinoco, Araguaia-Tocantins, São Francisco, Paraguai e Paraná e de suas áreas inundadas, incluindo a área central do Pantanal. Ocorre naturalmente em baixas densidades na Amazônia brasileira e tem preferência por habitats diferentes em relação aos gêneros Caiman e Melanosuchus, ocupando os pequenos cursos dágua.
Hábitos
Gosta de água doce. Habita rios com vegetação marginal, córregos e floretas alagadas ao redor de grandes lagos. Ocasionalmente ocorre em florestas de galerias. Pode ser encontrado em águas muito pobres em nutrientes. Como a maioria dos aligatorídeos, gosta de se esconder em tocas principalmente no período mais frio do ano. Podem percorrer grandes distâncias terrestres durante a noite.
Alimentação
A dieta da espécie é conhecida por ser dependente do habitat onde o jacaré vive. Indivíduos jovens alimentam-se principalmente de invertebrados (crustáceos, coleópteros), enquanto os adultos alimentam-se de uma grande proporção de peixes em adição a uma variedade de caranguejos, moluscos e camarões, além de invertebrados terrestres. Os dentes curtos, curvados para trás, são particularmente especializados para pegar invertebrados como crustáceos.
Reprodução
Os dados são escassos sobre a biologia reprodutiva dessa espécie. Tem hábito solitário e independente, entretanto, podem ser vistos aos pares, provavelmente na época da reprodução. O Zoológico de João Pessoa, na Paraíba, conseguiu reproduzir esta espécie em cativeiro pela primeira vez no Brasil no ano de 2001, e a desova ocorreu no final de junho, com a eclosão dos ovos em setembro. O ninho é construído com vegetação e lama, geralmente em local protegido, e a fêmea põe de 10 a 25 ovos durante a estação chuvosa que ficam incubando entre 80 e 90 dias. Os pais recolhem os filhotes logo após a eclosão dos ovos e levam para um local seguro. Alguns filhotes podem nem entrar na água no seu primeiro dia e até que isso aconteça, eles ficam revestidos com o muco protetor que vai secando devagar. Esta proteção que está presente em todos os crocodilianos, impede o crescimento de algas no corpo destes animais.
Importância Comercial
Esta espécie não tem valor comercial e nunca esteve sujeita à exploração intensa ao longo da sua distribuição, apesar de ter um amplo histórico na alimentação de subsistência. O valor comercial de suas peles é de baixa importância no mercado, devido à alta ossificação da sua pele e às baixas densidades naturais da espécie em toda a área de distribuição.
Taxonomia:
Filo: Cordado
Sub-filo: Vertebrado
Super-Classe: Tetrápodo
Classe: Reptilia
Sub-Classe: Diapsida
Infra-Classe: Archosauria
Ordem: Crocodylia
Sub-Ordem: Eusuchia
Família: Alligatoridae
Gênero: Paleosuchus
Espécie: Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807)
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