quarta-feira, 9 de setembro de 2009

KIWI


KIWI - Ave-símbolo da Nova Zelândia

A Nova Zelândia, nação formada por um conjunto de ilhas situadas no oceano Pacífico Meridional, tem como animal-símbolo o estranho e aparentemente disforme kiwi (ilustração acima), ave de tamanho um pouco maior que o de uma galinha, e cujo corpo é revestido de penas cinzentas e com cerdas compridas. Desprovida de asas, ela é dona de um bico longo - com as narinas implantadas na base, tersos fortes e três dedos em cada pata. Grande corredora, tem hábitos noturnos, vive geralmente nos bosques e em locais montanhosos, e se vale do olfato para encontrar as frutas, sementes, insetos e pequenos vermes com que se alimenta. Seu nome - kiwi - é onomatopaico, ou seja, provém do grito característico que emite, sendo interessante observar que o fruto kiwi (quiuí, em português) recebeu esse nome pela semelhança de sua cor com a da penugem da ave.

O kiwi quase pode ser considerado um mamífero honorário. Ele parece um porco-espinho, alimenta-se e tem o olfato de um porco-espinho, mas na verdade é uma ave. Na Nova Zelândia, onde não há porcos-espinhos, esse estranho animal preenche o nicho ecológico ocupado pelos pequenos mamíferos espinhosos com os quais se assemelha. Ele tem todos os sentidos e a constituição física adequada para fuçar as folhas que cobrem o solo e para cavar a terra em busca de minhocas, lesmas e outros petiscos suculentos. Procurando comida à noite ele fuça o chão com seu bico longo e sensível, e enquanto a maioria das aves usa o tato ou a visão para esquadrinhar o solo e encontrar o seu alimento, o kiwi usa o olfato, valendo-se das narinas que tem na ponta do bico e dos receptores olfativos alojados na base do seu sistema respiratório. Sua membrana olfativa é dobrada em forma cilíndrica (convoluta), como a dos cães, para aumentar a área da superfície, mas embora o kiwi por causa disso possa parecer incomum, seu olfato não o torna o único com essa característica no mundo das aves.

Os kiwis vivem aos pares e têm um único parceiro por toda a vida. Eles produzem ovos enormes (apenas um por ano), dez vezes maiores que os de uma galinha e com peso aproximado de 450 gramas, podendo representar até 20% do peso das fêmeas – o maior de todos os pássaros em relação ao tamanho do corpo. Apesar de sua aparência desajeitada e por não poderem voar, os kiwis são criaturas ágeis que podem correr mais do que humanos, e possuem garras afiadas utilizadas para se defender de seus inimigos. Eles são pássaros altamente territoriais que defendem seu espaço contra intrusos, mas apesar disso a sua população está diminuindo, não só devido a predadores como gatos, cachorros e ratos carnívoros, mas também pela destruição de seu habitat. Todas as seis espécies de kiwi encontram-se severamente ameaçadas de extinção.

O kiwi é o menor representante das aves que não voam, ordem que inclui as emas e as avestruzes, mas a sua origem ainda é uma incógnita. Ao que tudo indica, a
Nova Zelândia permaneceu desabitada até a chegada dos maoris, por volta do século 14, e nela não existiam animais mamíferos, introduzidos posteriormente pelos indígenas representantes da raça polinésia.

As ilhas neozelandesas possuíam uma fauna com aspectos marcantes, pois foi somente nelas que se encontraram vestígios da existência da gigantesca ave incapaz de voar chamada moa. Além do mais, das diversas espécies existentes nas ilhas a mais corpulenta era a Dinormis robustus, com 3,60m de altura, aproximadamente, e que se extinguiu há cerca de 500 anos. Nas florestas mais espessas ainda se encontram o kiwi e o takahe, este último já considerado extinto mas redescoberto em 1950.

Com relação ao tamanho dos ovos do kiwi, acredita-se que o maior já produzido por uma ave tenha sido o do já extinto pássaro elefante de Madagascar, de 3 metros de altura, criatura cujos ovos chegavam a pesar 11 quilos. Hoje, a recordista nesse campo é a avestruz fêmea africana, de 1,80m de altura, que põe ovos com até 1,5kg de peso, o que corresponde a apenas 1% do seu peso corporal. Geralmente, o tamanho do ovo das aves é determinado pelo tamanho do pássaro, embora diferentes estilos de vida possam levar a variações. As aves pernaltas e os pássaros de caça, por exemplo, botam ovos maiores que muitas aves de tamanho semelhante, o que é explicado pelo fato de que como os seus filhotes abandonam o ninho assim que saem dos ovos, para comerem por conta própria, precisam ser bem desenvolvidos. Por outro lado, espécies que ficam no ninho sendo alimentadas pelos pais, produzem ovos menores.


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